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19 de Abril de 2024

O que faz um rosto parecer confiável ou ameaçador?

Publicado por Valeria Leal
há 9 anos

Pesquisadores da Universidade de Princeton criaram um programa de computador que fornece a análise das expressões faciais e auxilia cientistas a determinar o que faz um rosto parecer confiável ou ameaçador.

Com base nesses dados, os cientistas descobriram que os seres humanos fazem julgamentos com ou sem razão, em frações de segundo, sobre a aparência do rosto em três medidas principais - se a pessoa deve ser abordada ou evitada, se é fraca ou forte, confiável ou temível.

O que faz um rosto parecer confivel ou ameaador

Em 2005, o laboratório de Alexander Todorov, na Universidade de Princeton, ganhou manchetes internacionais com um estudo publicado na Revista Science, demonstrando que julgamentos rápidos faciais podem prever com precisão os resultados eleitorais do mundo real.

Esse estudo pode ser relevante nas interações pessoais, implicações para aqueles que se importam sobre o efeito de seus rostos e expressões como políticos, vendedores, réus criminais, disseram os pesquisadores.

As pessoas que têm rostos que são julgados como menos confiáveis ​​são levados em vários países a pena de morte com mais frequência do que as pessoas vistas como confiáveis, de acordo com uma pesquisa recente na revista Psychological Science.

Os resultados "pintam um quadro alarmante de como os sistemas de punição legal são vulneráveis ​​aos mesmos preconceitos que afligem pessoas todos os dias", escreve John Paul Wilson e Nicholas Rule, os autores da pesquisa.

Os laboratórios de psicologia mostram que até mesmo crianças a partir dos cinco anos de idade são menos propensos a confiar nesses indivíduos.


O que faz um rosto parecer confivel ou ameaador

Utilizando um programa de computador os pesquisadores criaram imagens da face de desconhecidos em 3D com pequenas diferenças na região dos olhos, nariz e boca.

De acordo com o estudo, um rosto menos confiável apresenta na região ocular sobrancelhas mais contraídas, diminuição vertical entre olhos e sobrancelhas, lábios vertidos para baixo ou tensos.

Observe os rostos e expressões abaixo e avalie. Em quem você confiaria?

O que faz um rosto parecer confivel ou ameaador

Valéria Leal

Perita Forense

www.afacedocrime.info

Fonte: Psychological Science, 2015.

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43 Comentários

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Meu Deus! Lombroso voltou continuar lendo

De forma alguma! Lombroso está mortinho. Leia com atenção. Expressões faciais independem de cor da pelé, raça, gênero, cultura, país de origem. Da Namíbia ao Japão expressamos sentimentos básicos como raiva, tristeza, medo, alegria, aversão, desprezo, surpresa da mesma maneira.. continuar lendo

Valeria Leal. Obrigada por comentar. Mas eu li sim com atenção e entendi direitinho. Entretanto eu estou indo além. Essa "teoria científica" caída de pára-quedas no conhecimento público fica à mercê da interpretação de leigos e isso é fato. Sobrancelha fechada, lábios caídos, etc, nem sempre são meramente "expressões faciais". São também características genéticas. E um leigo em ciência pode facilmente interpretar mal essa teoria e acabar julgando mal as pessoas pela aparência. E isso é fato também. Daí, voltamos à "genética determinando o caráter do ser humano". Então, data maxima venia, mas minha interjeição continua a mesma: Meu Deus! Lombroso voltou! continuar lendo

Não é bem assim, Valéria, da mesma forma como em algumas culturas o luto é negro e em outras branco, alguns povos incorporaram valores diferentes quanto à expressões faciais, em alguns o sorrido/riso é francamente aceitável, em outros não. Pode ter certeza que as expressões de tristeza, raiva, desprezo, são não exatamente as mesmas em cada cultura. continuar lendo

É inacreditável as falácias que a tal "ciência" busca pregar na humanidade. Pior de tudo é ver pessoas teoricamente "entendidas" levar em conta este tipo de análise. A psicologia barata e sem rumo algum sustenta-se em hipóteses absurdas como se a "ciência" fosse trazer as respostas para todas as incógnitas. Olavo de Carvalho tem plena razão: "é a decadência da classe intelectual do Brasil". Julgar as pessoas pela "face humana" é cúmulo da incompetência da "psicologia decadente" da atualidade. Cesare Lombroso, cedo ou tarde, sempre será lembrado por "pseudos-intelectuais" . continuar lendo

Não muito tempo atrás,e ainda hoje, era a cor da pele que definia essa questão de confiável e não confiável, igualmente se estrangeiro ou não estrangeiro, família conhecida e família desconhecida. Ainda, as roupas e as tatuagens de hoje, eram definidas como critério científico para validar teorias duvidosas. Não podia ser policial, não podia doar sangue e etc. Um batom vermelho ou o tipo de biquíni, definia que tipo de mulher e para que servia, e ainda hoje define. Assim trajes, cor da pele, procedência, tipo de credo e etc, são critérios ainda usados em larga escala e com critério científico bem apurado.
Tenha aparência árabe e veja como não ser tratado no aeroporto americano. Há vários estudos que "comprovam" moças bonitas passam mais confiança em um júri, não é a toa que mulheres magras e bonitas estão em todos os outdoors vendendo confiança e atitude para platéia. Agora, qualquer cientista treme nas bases de tocar no assunto, que garotas brancas possuem credibilidade, assim como homens "bem sucedidos" travestidos de posse e fama, são capazes de se livrar habilmente de suas práticas "mal sucedidas".
De forma que, para fugir das questões básicas de preconceito, de cor, sexo, raça e etc. Vemos agora apresentado como "new black" a face sisuda do indivíduo como elemento de desconfiança.
De forma alguma quero tirar mérito do estudo, eu acho bastante válido, pois demonstra claramente que ainda optamos pelo preconceito.
É claro que uma face fechada em determinados contextos deve ser evitada, assim com um felino com orelha para trás. O problema do estudo não está na hipótese, está na conclusão. Esta, com certeza extremamente indutiva, induz crer a não confiabilidade pelo semblante.
Mas uma loira jornalista antipática e um deputado reacionário nos brinda todos os dias com um tom severo em suas falas. Atualmente o tom de revolta é a regra de confiabilidade contra o semblante confiável do papa e dos padres. Os coléricos e histéricos pastores passam mais confiança e alteram melhor a percepção que o discurso angelical dos padres.
O discurso do ódio da fox deixa o a americanos rígidos em frente suas televisões e virulência se propaga pelos lares, o perigo iminente do terrorismo árabe, enquanto jovens brancos americanos atiram contra negros e são tratados como garotos com problemas mentais. O semblante do jornalista varia de acordo com a cor que ela quer passar, mas independente do semblante ele passa confiabilidade.
No Brasil os banqueiros tiveram que pedir para a mídia diminuir a virulência para não estourar uma guerra civil.
As carrancudas âncoras da Globo mudaram o semblante sisudo do dia para noite e foram ameaçadas pelas pessoas na rua. Em jornalismo a regra lucrativa para passar confiança é a de levar terror, com face fechada, respiração ofegante, voz nervosa e atitude severa. Sorriso é para fracos.
Um estudo como este pesa rigorosamente em jovens sem traquejo social e com dificuldades de se expressar, diversamente dos jornalistas patéticos que representam para as a câmeras, terão dificuldade de passar confiança com um estudo superficial como este. E o pior quanto mais o estudioso acredita em suas variáveis , maiores as chances dele acreditar que faz e fez um bom trabalho.
Assim como a psicóloga que coloca inusitados bonequinhos para crianças em júris americanos muitas vezes induzindo crianças, confiáveis por preconceito, a dizer coisas inimagináveis em tribunais americano e com consequências desastrosas. Mas igualmente, na cabeça científicas das psicólogas elas fizeram um excelente trabalho, mesmo que os resultados tenham sido catastróficos na abordagem duvidosa.
Eu poderia escrever um livro sobre desvios de percepção falsamente científicos.
No Brasil é cediço que a figura materna é tratada como uma vaca sagrada indiana, quem advoga em questões familiares sabe o peso dessa crença nos tribunais. Se fizerem um estudo sobre isso, levará a conclusão que mães são confiáveis, independente que tenha uma mulher sorrateira de baixo daquela roupa materna. Em contrapartida nos EUA fizeram um estudo que as famílias monoparentais deve ser evitada, jogando as mães solteiras no marasmo da desconfiança.
Então trabalhar com preconceitos sociais é de fato ótimo para o marketing, para vendas, para incriminações e absolvições,para aceitação social, manipulações, encenações e etc.
Demonstre que uma determinada forma de cabeça é ameaçadora, convença a platéia e pronto, nós conhecemos o desastre que fizeram o Joãozinho cumprir uma pena maior que o colega da cela ao lado pelo mesmo crime.
Seja um canalha bem vestido e com semblante angelical e com certeza terá mais chances de absolvição e penas mais brandas, enquanto seu colega maltrapilho e sisudo pagará severamente pelo mesmo crime. Chame isso de científico em ganhe dois pontos a mais e vá para o próximo nível. Perpetue o preconceito e tenha a crença que está fazendo um bom trabalho, invente o "new black" e comprove que dentes tortos não passam confiança, sardas passam, cabelo liso passa, olho trocado não passa, cadeira de rodas passa...P.S a minha foto não passa confiança, então.... fui reprovado.
PS 2, esse estudo equivale a pegue lenços verdes e lenços vermelhos, crie dois grupos de controle, peça para que os participantes usem, depois de um tempo procure ver quem teve problemas cardíacos, chegue a conclusão que lenços verdes matam mais. continuar lendo

André Pinheiro entendeu o que eu quis dizer. Finalmente alguém. É do ser humano a tendencia de julgar por aparências e preconceitos. Por isso existem tantas leis e ordens morais que tentam "brecar" essa tendência natural do ser humano. Porque é injusto julgar por aparências. Exemplo: devemos respeitar os mais velhos. Sim, em atenção a sua especial condição limitada em face da idade, por princípio de dignidade da pessoa humana, devemos ter paciência com eles. Mas isso não faz deles uns santos. Como já dizia Vinícius de Moraes: "os canalhas também envelhecem". Devemos nos policiar para tentar julgar as pessoas por suas ações. Se não conhecemos as ações da pessoa, devemos simplesmente nos abster de julgá-las. Na minha família todos temos cenho fechado e é genético. Não estamos "zangados" o tempo todo. Não gosto de teorias que ajudam as pessoas a formar convicções íntimas sobre os outros conforme a sua aparência. Pronto, falei. continuar lendo

André Pinheiro, gostei das suas colocações, parabéns.
Realmente já passamos por todas essas fases ou na verdade passamos todos os dias, acho estupidamente sem lógica nós brasileiros estudados e com capacidade de mudar o Brasil, irmos pelos os estudos ou por qualquer coisa que seja lançado nos EUA. Ainda não temos nossa independência.
Se nossos Códigos fossem baseados nos códigos do EUA alguns juristas teriam a "cara de pau" de falarem sobre jurisprudência, de tanto copiarmos tudo que vem desse País. continuar lendo

Olá,
Esse tema será abordado no workshop "A Face do Crime" com recentes pesquisas sobre a face humana, emoções e análise das microexpressões faciais com aplicação forense. O workshop será realizado em Salvador no dia 21/10 das 19:00 as 22:00. Mais informações www.afacedocrime.info
Abs, continuar lendo

Olá Valéria, há alguma chance desse workshop ser compartilhado em outras mídias, como o Youtube? continuar lendo

Obrigada Valeria! continuar lendo

Cesare Lombroso adorou o artigo! continuar lendo

Junior Padilha o estudo de Cesare Lombroso é arcaico, ultrapassado e foi considerado entre outras coisas racista. Estamos falando de expressões faciais presentes em diversas faces, raças e culturas. O estudo revela pontos de tensão que lemos como ameaças. Teste com um criança de 10 anos e você verá que mesmo ela escolherá os perfis a direita. Obrigada pela leitura. Abs continuar lendo

Obrigado pelo esclarecimento de minha provocação Drª! Mas reitero que existem subjetividades. Espero mais artigos como este, onde podemos debater. Bom dia! continuar lendo

Adoro provocações intelectuais. Seja bem vindo sempre. Abs continuar lendo

Realmente, não me pareceu que Lombroso fosse adorar. E é verdade, já observei isso também, embora eu, agora mais velha, tenda a não levar tanto as expressões em conta. Mas tive que levar minha filha a um pediatra de plantão e lá estava ele, com cenho franzido, e direto me deixei levar pela "expressão". Comentei com meu marido que ele devia ser um grosso. Mordi a língua, a simpatia e o profissionalismo do cara eram admiráveis. Mas BINGO! A expressão ali me fez pensar que ele nem examinaria direito a guria, com aquela cara provavelmente quereria se livrar da gente logo e estava ali pela grana. Ou seja, NÃO CONFIÁVEL só por causa da expressão. E nem pensei em "cor de pelé". Faz sentido sim! continuar lendo

Muito interessante o seu artigo, Valéria!...Acredito que devemos contrapor à análise das microexpressões faciais, também o aspecto subliminar e inconsciente do avaliador. Quando uma pessoa avalia outra pessoa segundo aspectos faciais (E visuais) subjetivos (Ou objetivos, se considerarmos a fundamentação científica da pesquisa), também ela infere seu inconsciente, seus valores, suas crenças, na hora de avaliar e "julgar" este sujeito. Ou seja, esta análise acaba sendo uma via de mão dupla. Recomendo a você, Valéria, a leitura do livro SUBLIMINAR, do físico e neurocientista Leonard Mlodinow... Um excelente autor, que também escreveu o livro "O Andar do Bêbado", que trata sobre a aleatoriedade e a imprevisibilidade dos acontecimentos...Também gostei muito do livro de Gustave Lebon, psicólogo social francês que no final do século XIX escreveu um livro chamado Psicologia das Multidões, livro este que foi profundamente analisado em um ótimo ensaio de Freud chamado Psicologia das Massas e Análise do Eu. Tenho certeza que você irá adorar esses livros (Se ainda não os leu) o tanto quanto eu. continuar lendo

Roberto Garcia muito obrigada por partilhar seu conhecimento são excelentes indicações. O assunto é complexo como tudo o que envolve ciência e humanidade. Vou iniciar com SUBLIMINAR, de Leonard Mlodinow. Acabei de ler um entrevista dele para a revista Época. Muito bom.
Grande abraço. continuar lendo